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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Nosso colunista e Poeta, Eduardo, analisa o atual momento das disputas de samba

Em tempos de disputa de samba, a discussão vem à tona. “Firmas”, “escritórios, e mais recentemente, “encomendas”, parcerias e cia”, são termos constantes nas rodas de bate-papo sobre disputas de samba-enredo. Aqui na Cadência o papo é outro. É reto. De compositor, de Poeta. Esse sim é ‘assunto nosso’!
Confira a opinião do nosso colunista
"Cosa Nostra"
Por Eduardo Poeta

Depois de um curto espaço de tempo com eliminatórias, em função da propalada crise, graças aos deuses e a algum bom senso - raro - das escolas de samba, finalmente, a fumaça branca dos sambas-enredo para o carnaval 2018 saiu das chaminés da Série A, anunciando que “habemos sambas”.

Nós já estávamos com muita saudade de ouvir e falar de ...

Pois é! Era para este colunista que vos escreve falar de samba enredo, mas o que nós menos ouvimos neste período específico foram melodias que nos fizessem sonhar com um carnaval, não como antigamente na íntegra mas, muito mais ético e decente em sua essência.

A começar pela própria disputa de samba enredo que, ano a ano, vai perdendo seu glamour e sua razão de ser – aliás, como defendem alguns querendo mesmo que elas acabem, enterrada em um mar de lama e maracutaias, onde corrupção e falta de ética desenham “escritórios”, “firmas” ou outro nome que se queira - eu já chamo de máfia mesmo; o que põe em risco as Alas de Compositores, se é que elas, verdadeiramente, ainda existem.

Compositor é ser em extinção; são poucos. O que se vê por aí são “parceiros”; uma classe de “mercadores e mascates” - antigo enredo já não lembro de quem, de apoio aos sambas concorrentes, que bancam o samba de alguma maneira, pagam para participar por interesse ou vaidade. Aparecem em fotos em Rede Social apregoando vitórias e tal, mas, não poderão jamais serem chamados de “caneta”, se é que me entendem. Não são “poetas”, são embustes mas, não são os únicos culpados por nós não estarmos aqui falando de SAMBA.

Vamos falar de encomenda? Escolas de Samba, como diz o próprio nome são ou eram para serem formadoras de sambistas e aí aparece um “gênio da lâmpada” e inventa de encomendar samba alegando os mais diversos pretextos. Serve apenas para beneficiar determinados compositores que se prestam a esse papel e talvez ao próprio dirigente que inventa isso. Será que ele também não leva uma graninha com o samba encomendado? Perguntar não ofende...Em suma, mais um desserviço ao samba.

Vamos falar de ética? Imagine você que determinado diretor de harmonia contratado por determinada escola, talentoso que é, é também integrante de parcerias de samba por aí. Veja você que o “parceiro” vence um samba na escola A e o parceiro dele na escola A, vence o samba na escola que o contrata como diretor de harmonia e na qual ele tem voto para escolher o samba. Que maravilha, não é?

Fico me perguntando se esse sujeito usa o dinheiro que ele ganha como diretor de harmonia para bancar sambas por aí e fazer os seus parceiros ganharem o samba na escola que ele “trabalha”? Parece confuso mas, é só cretinice e sujeira mesmo. Já está mais do que na hora das principais responsáveis por tudo isso - as escolas de samba – darem um basta à formação de máfias e cartéis em seu seio e no do samba atual. Elas podem mudar isso a menos que, como se desconfia, seus dirigentes estejam mancomunados com essas vergonhas e por isso as endossem.

Cabe também falar nas ligas menores e perguntá-las: por que um compositor pode fazer sambas para até quatro ou cinco escolas do mesmo grupo de desfile? Há uma grave e grande crise de compositores na praça? Já imaginaram, o cara disputa samba em até 4 ou 5 parcerias e, se vencer, a gente corre o risco de ter cinco sambas do mesmo “herói” em um desfile de, digamos, treze escolas? Poxa, que talento desse sujeito, né não? Parece que a continuar assim a gente em breve vai ter que levar os nossos desfiles para Palermo porque, no samba atual, a Sicília é logo aqui e a “Cosa é nostra”. De samba enredo falamos depois.
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Eduardo Poeta (por ele mesmo):

"Sou da Jonathas, acesso ao "Abacaxi" mas, comecei no Bugres do Cubango. Fui ritmista, empurrador de carro alegórico, diretor de Harmonia, desfilei até com camisa de APOIO, seja lá o que for isso. Sei sambar, mané, logo, podia ter sido passista, já cantei samba na avenida mas, sou um péssimo intérprete e, não me chamaram mais; só não fui baiana porque isso não pegava bem na minha época. Também já fui compositor e consegui até ser Tri-campeão na Academia de Niterói (Cubango;uma paixão) e Hexa-campeão na princesa do "Cavalão" (Salve a Mocidade de Icaraí;um grande amor); Sou sambista.Ponto. Agora, já que deixaram, vou tirar uma onda de colunista na CADÊNCIA. Vem comigo!"
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Um comentário:

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