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quarta-feira, 14 de maio de 2008

A justa homenagem do mundo do samba a Leonel Brizola



Nós da Cadência da Bateria estamos muito felizes com o anúncio de que a Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo vai desenvolver um enredo em homenagem ao saudoso político Leonel Brizola. Achamos que o mundo do samba já devia, há muito, tal gentileza a uma figura que ao lado de Darcy Ribeiro, escreveu uma nova página na história dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Foi na administração Brizola e Darcy que o povo carioca ficou livre desordem nos desfiles, aquele monta e desmonta das arquibancadas, que só favorecia as empreiteiras. Tempo também dos desfiles intermináveis no qual a polícia com seu autoritarismo, na tentativa de enxotar a multidão das ruas, era o destaque negativo.

A partir de 1984, com a construção do Sambódromo, o povo passou a ser tratado de outra forma pelo poder público. Os desfiles a partir daí terão hora para terminar, haverá melhor acomodação para os espectadores e a Avenida Marques de Sapucaí emergirá como um grande símbolo apoteótico. Vale lembrar que tal ação do governo Brizola foi um ato de conexão com os anseios dos sambistas que ao longo do tempo sempre reivindicaram um espaço mais digno para mostrarem sua arte popular. Por esse legado deixado para o mundo do samba e sua valiosa obra política, que se pautou na defesa do Estado Nacional e da educação pública, é que a Inocentes está de parabéns pela escolha do seu enredo para 2009.
Professor Mariano
é professor de História, pesquisador das escolas de samba do Rio de Janeiro e comentarista de carnaval

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Nos tempos da Amaral Peixoto...

Em 1986 o carnaval de Niterói viveria um momento de transformação. Era o primeiro ano sem Cubango e Viradouro, que em 1985 haviam desfilado pela última vez na Avenida Amaral Peixoto. Sem as duas grandes forças a azul e branca do bairro da Engenhoca, “Corações Unidos”, seria a substituta natural como a grande escola da cidade já que era a única que conseguia quebrar a hegemonia das duas. Porém essa tarefa acabou ficando nas mãos de uma outra azul e branca, a Acadêmicos do Sossego.

Com um enredo que contava a facilidade que o povo brasileiro tinha para aprender a fazer de tudo, mas que acabava esquecendo dos nossos próprios valores e tradições, um fenômeno que ocorria, conforme mostrado no enredo “Brasil, em se plantando tudo dá”, desde o descobrimento até à Nova República (que àquela época regia o Brasil), a escola fatura não só o título daquele ano como os dois sub-seqüentes, o que fez com que a escola do Largo da Batalha se tornasse a grande força do carnaval da cidade.


Uma curiosidade deste desfile foi a presença de Alexandre Louzada, hoje carnavalesco da toda poderosa Beija-Flor, desfilando como destaque no segundo carro alegórico, representando o Sol. O samba enredo de autoria dos compositores Bichinho, Edílson Andrade e Ademir Magalhães, interpretado por dos grandes puxadores de samba da cidade, Odir Sereno, tem como característica principal a presença de quatro refrões, com destaque para o segundo:

“Dos cabelos da Iara
Escorre ouro, escorre prata
Se banhando em cachoeira
Rios, lagos e cascatas”

Uma beleza!

Lembro como se fosse hoje do desfile das campeãs, a Sossego última a desfilar levantando a Amaral Peixoto com seus quase 2.800 componentes entoando aquele samba que pra sempre ficou na minha memória, e no meu coração:

“Como disse Caminha,
Caminha é que tinha razão,
Em se plantando tudo dá
Dá até no coração”

Luiz Eugenio
é estudante de jornalismo, apresentador do programa “Na Cadência da Bateria”, vice-presidente de comunicação do G.R.E.S. Acadêmicos do Cubango e pesquisador do carnaval de Niterói


clique no link abaixo e ouça o samba enredo da Sossego de 1986:








fotos disponíveis em: http://www.academicosdosossego.com/curiosidade.htm
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Aconteceu na Avenida

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Musa da Cadência 2013

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