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segunda-feira, 16 de março de 2015

Não entendi o enredo deste samba



Nosso colunista, Eduardo Poeta, volta à Cadência e cria a fictícia G.R.E.S. Sorriso Malandro para falar sobre reaproveitamentos, enxertos e outras coisas que já vimos antes nos desfiles de escolas de samba.

É malandragem ou não é?

Confira a opinião do nosso colunista.





NÃO ENTENDI O ENREDO DESTE SAMBA
por Eduardo Poeta | em 16 de março de 2015

“Gracianne, a rainha africana da comida mineira, sentada no teto do MAC, avista o Rio de Janeiro Olímpico com olhos de águia, vestida com uma tanga de Bananás e uma estrela guia em verde e rosa”. (Carnaval 2016 - G.R.E.S. Sorriso Malandro)


Dá até pra pegar um patrocínio, escultura, um acetatozinho, fantasias, alegorias e ainda vai ter um showzinho de algum moço belo, com renda revertida. Parece o "enredo do crioulo doido" mas, lembra muito o que a gente tem presenciado em certos desfiles de carnaval em uma certa cidade sorridente e litorânea com um disco voador lá em cima do monte. Não que a coluna tenha nada contra àlguma malandragem - faz parte do samba e tal -, o negócio é que o faltoso da ética não anda de terno de linho, malandragem sem sapato branco não existe e, "malandro demais, se atrapalha".

Aquele carro alegórico tá lindo este ano mas, não mudaram nem a escadinha nas laterais, não mudaram nem os queijos de lugar e aquele boneco já foi pierrot, negro, Rei Momo mas, tá com a mesmíssima cara de sempre. Eu juro que já vi aquela fantasia em algum outro lugar... Engraçado, esta escola tá bem pobrezinha mas, a roupa da Ala das Baianas é digna de um grupo especial qualquer; e veja só, a bateria tá sem camisa e nem é enredo afro mas, a roupa da porta-bandeira e do mestre-sala não fazia feio nem na Sapucaí. Será que só gastaram uma grana pra vestir o casal ou a conta não tá batendo direito ?

Em épocas remotas na terra de Araribóia, malandro fazia enredo e botava pra quebrar. É verdade, tinha um enxertozinho aqui e ali, uma alazinha emplumada demais para os nossos padrões mas, a história contada, quase sempre, era inédita e, melhor ainda, autêntica. 

Outros tempos menos malandros, não é ?

Agora estamos revitalizados e muito mais malandreados. Pois é...espera-se que o regulamento dos desfiles – com os mesmos olhos de águia da rainha Gracianne -, comece a atentar e fazer menção ao fato, até pra provar para quem duvida que, no terreiro da União, não tem mais nenhum malandro ou mal intencionado. Em tempo de desfiles gravados, fotografados ao extremo e postados por todos os lados em Redes Sociais e afins, fica muito difícil a gente não saber quem é quem e de onde vem tanta coisa parecida com aquilo que a gente já viu no ano passado, por exemplo. Se a “subvenção da hora” (aquela que só chega atrasada) é curta, o talento é maior. Ou não é ? Credibilidade é tudo quando se quer, verdadeiramente, crescer e seguir em frente.

Eu queria fazer um samba em homenagem à nata da malandragem, conforme aprendi lá no
meu "Abacaxi" mas, malandro, com esta malandragem aí....

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Sorriso Malandro saúda a imprensa “sem rabo preso” em geral, pede passagem e, malandramente, põe em pauta a pergunta: Que malandro é você, mané ?
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Eduardo Poeta (por ele mesmo):

"Sou da Jonathas, acesso ao "Abacaxi" mas, comecei no Bugres do Cubango. Fui ritmista, empurrador de carro alegórico, diretor de Harmonia, desfilei até com camisa de APOIO, seja lá o que for isso. Sei sambar, mané, logo, podia ter sido passista, já cantei samba na avenida mas, sou um péssimo intérprete e, não me chamaram mais; só não fui baiana porque isso não pegava bem na minha época. Também já fui compositor e consegui até ser Tri-campeão na Academia de Niterói (Cubango;uma paixão) e Hexa-campeão na princesa do "Cavalão" (Salve a Mocidade de Icaraí;um grande amor); Sou sambista.Ponto. Agora, já que deixaram, vou tirar uma onda de colunista na CADÊNCIA. Vem comigo!"

Confira as outras colunas do Poeta:

2016 VAI SER IGUAL ÀQUELE QUE PASSOU ?

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