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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Agremiações de Niterói empolgam a Rua da Conceição

Foram quatro dias de desfiles com todos os ingredientes que os foliões gostam: calor, animação e paz. Este foi o clima que a Rua da Conceição, palco principal da folia em Niterói viveu durante todo o carnaval.

Ao todo 38 agremiações cruzaram a passarela de sábado a terça-feira. Onze blocos de embalo, 14 blocos de enredo e 13 escolas de samba. A novidade este ano ficou por conta do aumento do percurso da avenida e um sistema de iluminação mais eficiente. Retribuindo o investimento as agremiações proporcionaram bons espetáculos.

Carnaval de Niterói foi só folia
por Luiz Eugenio / em 17 de fevereiro de 2010

No sábado de carnaval passaram pela Rua da Conceição os blocos de embalo, Filhos da Pauta e Segundo Clichê, ambos formados por profissionais de imprensa. Depois vieram o Saias na Folia, composto apenas por mulheres, o Unidos da Leopoldina, os estreantes Virgílio Bragança e Tá Rindo Por quê, o Unidos de Jurujuba, o Cio da Capivara, Unidos do Preventório e Querem acabar comigo que desfilou até o ano passado com o nome de Pingo d´Agua.

No domingo desfilaram os blocos que almejam ascensão ao grupo de escolas de samba. Foram eles a Banda Batistão o Unidos do Castro, Ferimento Leve, Galo de Ouro, União da Engenhoca, Ta Mole mas é Meu, Cacique da São José, Grilo da Fonte e Garra de Ouro. Os blocos de segundo grupo desfilaram na segunda-feira, antes das escolas de samba recém filiadas a Uesbcn (União das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Niterói).

Escolas colorem avenida
As tradicionais combinações, azul e branco, vermelho e branco e verde e branco, se juntaram ao amarelo, marrom, lilás, cian e até preto para colorirem a passarela da folia niteroiense. Eram as escolas de samba, cheias de luxo e criatividade que consagravam a revitalização do carnaval da cidade.

Devido às cinco novas filiações, os desfiles das escolas de samba foi dividido em dois dias. Na segunda-feira, logo após a apresentação dos blocos de 2º grupo, as recém filiadas cruzaram a passarela da Conceição.

A primeira delas foi a Região Oceânica, que voltava aos desfiles da cidade após licença de um ano. Mas o breve descanso parece ter feito bem aos sambistas de Itaipu. Cantando os encantos da Lua, a verde e branca entrou na avenida por volta das 23h, e se apresentou de forma bastante empolgante, com seus componentes cantando com vigor o bom samba de Demá Chagas e Alessandro Falcão, impulsionados pelo competente Leonardo Bessa, que nos últimos cinco anos foi o intérprete oficial da São Clemente.

Depois foi a vez da gonçalense Unidos do Sacramento que até 2009 disputava o carnaval em grupos intermediários na longínqua Av. Intendente Magalhães no bairro carioca de Campinho. A vermelha e branca do presidente Almir Brandãotrouxe para a avenida uma reedição do Enredo de 2001 “No reino da folia, que Rei sou eu?”, quando a escola sagrou-se campeã do desfile de São Gonçalo. O destaque foi o experiente Mestre Sala Vinícius, que já defendeu o pavilhão da Cubango e Porto da Pedra.

A tradicionalíssima Souza Soares, de volta ao carnaval de Niterói após cinco anos desfilando em São Gonçalo, mostrou que ainda tem uma comunidade forte e uma bateria poderosa como nos tempos em que desfilava com Cubango e Viradouro na Amaral Peixoto. O enredo “Maria Quitéria de Jesus, o soldado Medeiros” narrava a trajetória da jovem Maria Quitéria, que disfarçada, ingressou no Batalhão de Voluntários do Príncipe D. Pedro para proteger o Recôncavo Baiano do domínio português. Com fantasias bem acabadas e um samba de muita qualidade interpretado pelo veterano Rico Medeiros, a verde e branca do presidenteGraham Bell e do diretor de carnaval Celso Tropical, praticamente assegurou sua presença entre as escolas que vão compor o grupo de elite em 2011.

Estreando no carnaval de Niterói, a Intependentes do Boaçu, tetra campeã em São Gonçalo, foi a quarta escola da primeira noite de desfiles. Com um bom contingente, quatro alegorias, e uma bela comissão de frente, a escola gonçalense do presidente Edinho, trouxe para a Rua da Conceição os encantos da cidade de São Fidélis, e como diz no refrão de seu samba - Alô Niterói, viemos de trem - vieram para ficar.

Coube a outra estreante encerrar o desfile de segunda-feira. A Inocentes de Marica, fez sem dúvida a melhor apresentação da noite. Entrou na avenida aproximadamente às 2h45, já na madrugada de terça-feira, para falar sobre a preservação do Meio Ambiente. As quatro alegorias descreviam muito bem o enredo, assim como as fantasias que conciliavam luxo e criatividade. A escola do presidente Alexandre foi tecnicamente perfeita. Primava pela evolução e harmonia, mesmo quando o carro de som apresentou problema durante o desfile. A ala das baianas deu um show à parte. Toda na cor preta com detalhes prateados, causava grande impacto visual quando giravam. Forte candidata ao título.

Na terça-feira foi a vez das escolas que já desfilam na cidade a mais tempo. A apresentação começou com atraso de uma hora devido ao apagão que aconteceu em Niterói no início da noite. A cidade ficou sem energia até às nove da noite, quando entrou na avenida a Unidos de Piratininga, para falar de “Araribóia, o fundador de Niterói”. Logo depois a atual vice-campeã Folia do Viradouro iniciou seu desfile. Dispostos a brigarem pelo título deste carnaval, os sambistas de Santa Rosa comandados pelo presidente Paulo Roberto, pelo vice Marcelo de Serpa e pelo presidente da ala de compositores Morgado, desfilaram com garra, cantando o bom samba dos compositores Walker e Antônio Júlio para o enredo do carnavalesco Paulo César Lima “Sou Rei sou Rainha, na corte da folia”.

O desfile que já havia começado uma hora depois do previsto, atrasou ainda mais com a demora do Bem Amado, terceira escola da noite, em iniciar seu desfile. Previsto para às 21h40, a escola da presidente Rose Carla, só entrou na avenida às 23h25. Com alegorias pequenas, fantasias simples e um enredo já muito explorado (Colombina, Pierrot e Arlequim), a escola fez um desfile apenas regular. A classificação da escola pode ficar comprometida não só pelo atraso causado ao desfile, como também pela ausência da ala das baianas, uma obrigatoriedade para desfiles de escolas de samba. Provavelmente não estará presente no desfile das escolas de samba de 1º grupo ano que vem.

Outra tradicional agremiação de Niterói, o Bafo do Tigre, do morro do Estado, também passou pela Conceição no último dia de carnaval. A escola que vem de dois vice-campeonatos em 2007 e 2008 e um terceiro lugar em 2009, não deve obter classificação tão expressiva como nos anos anteriores. A escola desfilou com alegorias e fantasias de níveis inferiores às suas adversárias que brigam pelo título. O ponto alto do desfile foi a bateria do experiente Mestre Joel, um dos grandes mestres de bateria do carnaval niteroiense.

Uma das mais aguardadas agremiações da cidade, a Mocidade Independente de Icaraí, atual tricampeã do carnaval foi a quinta agremiação a desfilar e mais uma vez mostrou sua força. Assim como nos três anos anteriores, fez um belo desfile. A escola do presidente Geraldo Santana trouxe para a avenida cinco alegorias e um contingente expressivo que cantava o animado samba de Robson Ramos, Eduardo e Ronaldo Dias, interpretado pelo irreverente Nem Mocidade. Mestre Max e seus ritmistas mais uma vez sacudiram a avenida. A escola do Morro do Cavalão é uma das fortes candidatas ao título. Já na dispersão, Joelma, diretora da escola, passou mal, desmaiou e teve de ser levada a um posto médico. Em entrevista à equipe Cadência da Bateria, a Primeira Dama da Mocidade, Kátia Santana, informou que Joelma se recuperou bem, sendo levada para casa logo a seguir.

Sexta escola a desfilar, a Sabiá, mais antiga agremiação em atividade de Niterói, também era muito aguardada. Depois do belo desfile do ano passado, que marcou sua volta após longo tempo de inatividade, esperava-se muito da verde e branca que contratou o campeoníssimo carnavalesco Ivan Rabello e escolheu um samba de outro campeoníssimo: Flavinho Machado. Com uma comunidade de grande tradição no carnaval da cidade, a escola do presidente Jhonatan Anjos evolui bem e seus componentes cantaram o samba. Os destaques e as composições das alegorias estavam luxuosas, porém a falta das “cabeças” das fantasias de diversas alas pode tirar a verde e branca da Vila Ipiranga da disputa pelo título. De qualquer forma a escola deve voltar no grupo de elite que vai se formar para o carnaval 2011.

O campeão do concurso de blocos do ano passado Grupo dos XV, chegou mostrando que quer ficar no grupo de elite das escolas de samba. Tanto que convidou Wander Pires, um dos principais intérpretes do carnaval da capital para assumir o primeiro microfone da escola. Com um desfile leve, seus componentes brincaram na avenida. As fantasias estavam bonitas e as alegorias num bom nível de acabamento, representando bem o enredo sobre crenças, lendas e mitos do folclore brasileiro. Há de se destacar a bateria firme e precisa de Mestre Dudu que apresentou várias convenções sem deixar o ritmo cair. Nota 10. Mesmo após ter dado uma parada no trecho da avenida próximo à antiga sede da Prefeitura, que pode lhe causar a perda de pontos no quesito evolução, a escola do presidenteDidinho deve selar sua permanência no grupo 1 de escolas de samba.

Fechando o carnaval, o Balanço do Fonseca levou para a passarela da Conceição a história do Café, enredo dos carnavalescos Adnã Bastos e Igor Baldi. Com fantasias e alegorias de fácil compreensão a escola do presidente Neguti não está na briga pela título, mas com certeza conseguirá se manter no grupo de escolas de samba.


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